sábado, 6 de agosto de 2011


É de manhã, sentes aquele vente fresco e húmido na cara que nos faz acordar. O dia ainda está cinzento e o chão por onde pisas ainda está molhado graças aquela chuva da manhã. Tens as pernas e os pés gelados, mal consegues andar. A única fonte de calor que tens é mesmo o cavalo que está a caminhar ao teu lado e que espera pelas tuas ordens. Aquele nervosismo miudinho não te deixa, tentas ignora-lo ao máximo para o cavalo não perceber que estás nervosa, sorris e montas o cavalo. Fechas os olhos, tentas mostrar ao cavalo que estás calma e dás sinal para que este comece o seu caminho. Segues os cavalos que estão à tua frente e tentas deixar distância para que o teu cavalo possa caminhar à vontade. Ouves as ferraduras a baterem no chão e ao mesmo tempo acompanhas o movimento do cavalo. Pões-te direita, ombros para trás e não deixas que este assuma o controlo. Dás sinal para que o cavalo entre a galope, sentes o vento na tua cara, tentas fugir aos ramos das árvores e aos troncos caídos no chão. Soltas um bocado a rédea e deixas o cavalo correr à vontade para que este possa desfrutar do momento. Sentes que ele te obedece e soltas mais um bocado a rédea. Naquele preciso momento estás só tu e o cavalo. Existe uma cumplicidade inexplicável. Sabes que o cavalo te vai proteger de qualquer perigo e que vai obedecer a qualquer ordem. Por isso deixas que o cavalo vá para a beira do rio. Os salpicos batem-te nas pernas e sentes a água fria no corpo. Deixas o cavalo galopar à vontade. Abrandas o ritmo e dás ordem ao cavalo para este ir para junto dos outros. Dás-lhe festas no dorso para que ele saiba que se portou bem e que estás agradecida por ter caminhado com ele. Segues os outros cavalos até casa e aproveitas para relaxar. Desmontas o cavalo e leva-lo até à sua box. Tratas dele e despedes-te com uma festa no nariz. Dás-te por sortuda por poderes desfrutar daquele momento que vai deixar marca até ao final da tua vida. Esta sim, é das melhores e inesquecíveis sensações que alguém pode sentir.

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